Não perguntava se queríamos estacionar!
Assim que entrávamos fazia logo uns sinais com os braços e com as mãos dando-nos a entender que a manobra ia ser apertada!
DESTROCE!!!! - não era a voz de comando, era só a voz que se "projectava".
"Por acaso quando vão apanhar o autocarro ali em baixo à praça dizem que vão apanhar o comboio?!" - dizia para nos por a pensar porque raio de razão passávamos a vida a trocar significantes e significados...
Mas a maioria de nós... nada!!!! nem prá esquerda, nem prá direita... ficávamos parados... como "coisas" arrumadas... nem prá frente, nem pra trás... simplesmente "estacionados" ...
Pouco a pouco, "laracha" a "laracha", "com muita interacção e o seu tópico", com a "expressividade e personalidade"... centrados no "HUMANO"... e na "compreensão específica do Humano"...
Pouco a pouco, pondo em causa as "nossas conversas à mesa do café", desafiando-nos a questionar tanto o nosso discurso arrumado de "Homem da rua" como o discurso arrumado das teorias, das práticas, das investigações... da Psicologia Social...
"questionar", "problematizar", "não aceitar de bandeja", "pensar", "ler", "reler", "voltar a ler", "questionar" "problematizar" , "duvidar"...
- Aí é? Que giro!!!! Olhem que giro!!!
- Disse uma das minhas larachas e ninguém me questiona... questionem!!
- Ó Professor mas eu acho...
- Ó Professor mas eu sei que...
- Ó Professor mas eu li...
- O Professor mas nós aprendemos...
Ó Professor, era muito cedo para nós... precisavamos de tempo para lhe dar (mais) razão, para percebermos que afinal o que punha em causa, estava em causa, o que criticava era criticável, o que queria que mudasse... tinha que mudar...
- "Eu, como aprendiz de Psicologia"...
- E nós?! Nós como aprendizes do aprendiz de Psicologia... apre(e)ndemos muito! Mais do que na altura éramos capazes de "consciencializar", "experiênciar", "cognitivar" e "afectivar"...
- Mas ó Professor porque é que diz que nós não nos "adaptamos"? Aptamo-nos.
- Porque é que é que diz que nós não "experimentamos"? Experiênciamos.
- E a Interação?
- E o aspecto afectivo? e p aspecto cognitivo?
Na altura eram estas as questões... e muitas outras...que desarrumavam as nossas cabeças... lembram-se? e do alto da sua altura, o PROFESSOR, explicava e voltava a explicar... ria connosco e de si próprio (do mais sábio que há) e falava de coisas tão sérias que foi preciso o tempo passar às décadas para perceber o quanto tinha ficado em nós daquelas "manobras"...
Tudo pensado, embora aparentemente desarrumado... de conversa em conversa... como se estivessemos sempre a comer em prato de cerejas... uma puxa a outra... e outra...
a vida proporcionou-me continuar a conversar com o PROFESSOR... para o mestrado... para o doutoramento... para as aulas... para os eventos em que nos deu a honra de estar... na Estação-Velha, em Coimbra, no comboio para o Porto... no regresso desse mesmo comboio... no bar da faculdade...
Foi lá a última conversa...
- Finalmente o DVD, PROFESSOR... prontinho para ver na televisão ou no computador... tem a conferência do Encontro Educação e Arte...
- Sabe que estamos a comemorar os 25 anos que entrámos e os 20 que saímos da faculdade! já lhe tinha dito na última viagem... e sabe o que é que o pessoal do meu curso queria que eu organizasse? Uma aula dada por si, PROFESSOR! já viu? Agora é que eles acham que têm condições para aproveitar tudo o que nos tem pra dizer...
-É giro, não é?! Devíamos pensar nisso!! Que tal para o ano? ou pode ser antes... uma lição para os ex-alunos!!! para o pessoal fazer todas aquelas perguntas que nos desarrumaram a cabeça e com que, pelos, vistos, ainda andamos a desarrumar cabeças nos outros!!!
- Temos que pensar nisso, PROFESSOR, assim que terminar os seus livros... pensamos nisso!
- Estamos com vontade de o ouvir de novo! Vai ser fantástico! Fica combinado!
- Agora vou, PROFESSOR; Beijinho, PROFESSOR
- OBRIGADA POR TUDO!
Assim que entrávamos fazia logo uns sinais com os braços e com as mãos dando-nos a entender que a manobra ia ser apertada!
DESTROCE!!!! - não era a voz de comando, era só a voz que se "projectava".
"Por acaso quando vão apanhar o autocarro ali em baixo à praça dizem que vão apanhar o comboio?!" - dizia para nos por a pensar porque raio de razão passávamos a vida a trocar significantes e significados...
Mas a maioria de nós... nada!!!! nem prá esquerda, nem prá direita... ficávamos parados... como "coisas" arrumadas... nem prá frente, nem pra trás... simplesmente "estacionados" ...
Pouco a pouco, "laracha" a "laracha", "com muita interacção e o seu tópico", com a "expressividade e personalidade"... centrados no "HUMANO"... e na "compreensão específica do Humano"...
Pouco a pouco, pondo em causa as "nossas conversas à mesa do café", desafiando-nos a questionar tanto o nosso discurso arrumado de "Homem da rua" como o discurso arrumado das teorias, das práticas, das investigações... da Psicologia Social...
"questionar", "problematizar", "não aceitar de bandeja", "pensar", "ler", "reler", "voltar a ler", "questionar" "problematizar" , "duvidar"...
- Aí é? Que giro!!!! Olhem que giro!!!
- Disse uma das minhas larachas e ninguém me questiona... questionem!!
- Ó Professor mas eu acho...
- Ó Professor mas eu sei que...
- Ó Professor mas eu li...
- O Professor mas nós aprendemos...
Ó Professor, era muito cedo para nós... precisavamos de tempo para lhe dar (mais) razão, para percebermos que afinal o que punha em causa, estava em causa, o que criticava era criticável, o que queria que mudasse... tinha que mudar...
- "Eu, como aprendiz de Psicologia"...
- E nós?! Nós como aprendizes do aprendiz de Psicologia... apre(e)ndemos muito! Mais do que na altura éramos capazes de "consciencializar", "experiênciar", "cognitivar" e "afectivar"...
- Mas ó Professor porque é que diz que nós não nos "adaptamos"? Aptamo-nos.
- Porque é que é que diz que nós não "experimentamos"? Experiênciamos.
- E a Interação?
- E o aspecto afectivo? e p aspecto cognitivo?
Na altura eram estas as questões... e muitas outras...que desarrumavam as nossas cabeças... lembram-se? e do alto da sua altura, o PROFESSOR, explicava e voltava a explicar... ria connosco e de si próprio (do mais sábio que há) e falava de coisas tão sérias que foi preciso o tempo passar às décadas para perceber o quanto tinha ficado em nós daquelas "manobras"...
Tudo pensado, embora aparentemente desarrumado... de conversa em conversa... como se estivessemos sempre a comer em prato de cerejas... uma puxa a outra... e outra...
a vida proporcionou-me continuar a conversar com o PROFESSOR... para o mestrado... para o doutoramento... para as aulas... para os eventos em que nos deu a honra de estar... na Estação-Velha, em Coimbra, no comboio para o Porto... no regresso desse mesmo comboio... no bar da faculdade...
Foi lá a última conversa...
- Finalmente o DVD, PROFESSOR... prontinho para ver na televisão ou no computador... tem a conferência do Encontro Educação e Arte...
- Sabe que estamos a comemorar os 25 anos que entrámos e os 20 que saímos da faculdade! já lhe tinha dito na última viagem... e sabe o que é que o pessoal do meu curso queria que eu organizasse? Uma aula dada por si, PROFESSOR! já viu? Agora é que eles acham que têm condições para aproveitar tudo o que nos tem pra dizer...
-É giro, não é?! Devíamos pensar nisso!! Que tal para o ano? ou pode ser antes... uma lição para os ex-alunos!!! para o pessoal fazer todas aquelas perguntas que nos desarrumaram a cabeça e com que, pelos, vistos, ainda andamos a desarrumar cabeças nos outros!!!
- Temos que pensar nisso, PROFESSOR, assim que terminar os seus livros... pensamos nisso!
- Estamos com vontade de o ouvir de novo! Vai ser fantástico! Fica combinado!
- Agora vou, PROFESSOR; Beijinho, PROFESSOR
- OBRIGADA POR TUDO!
Comentários
Até sempre...
Helena Moura